ESPETÁCULOS

AS PELEJAS DE ZEZIM SIRIEMA NA FEIRA E O ENCONTRO DE BALTAZAR NO BRINQUEDO DE JOÃO REDONDO (EM PROCESSO DE MONTAGEM)

SOBRE O PROCESSO CRIATIVO
Tive o prazer e a honra de conhecer Shicó do Mamulengo, um brincante, aderecista, figurinista, artista como o conceito da palavra representa, de transformar tudo que coloca em suas mãos, em arte, contemporâneo e popular. Ele é um brincante, assim são chamados os bonequeiros, pessoas que bota boneco por trás de um pano, utilizam as praças, ruas e feiras no estado do Rio Grande do Norte, para colocar sua brincadeira, com uma empanada e bonecos, Shicó é natural de Açú – RN.

Foi no Teatro Popular de Ilhéus, o qual eu faço parte desde de abril de 2019, que fiquei apaixonado pelo Brinquedo de João Redondo, durante as experiências nos bastidores da montagem do espetáculo do TPI “Baltazar e a Terrível Peleja entre o Cangaceiro e o Coronel” de Romualdo Lisboa, aprendi a fazer bonecos, literalmente, talhando na madeira de mulungu, meu primeiros bonecos,. E aí surge a ideia de também realizar a montagem de um espetáculo de boneco de João Redondo, foram mais de seis meses de trabalho, sem pressa e com muito cuidado em cada detalhe, entro pela linha de pesquisa de vivência as técnicas e as formas de fazer teatro de boneco com um mestre que tem suas raízes e aprendizado de Chico Daniel. Como tenho grande amigos pela Bahia, solicitei dos poetas cordelistas Cléber Eduão e Fonzinho de Anagé o direito para utilizar e adaptar os textos de poesias, para a montagem, que hoje se intitula As Pelejas de Zezim Siriema na Feira e o Encontro de Baltazar no Brinquedo de João Redondoé baseado no Teatro de João Redondo, utilizando também do livro “O Reinando de Baltazar” de Deífilo Gurgel 2008 pag. Utilizando das pág. 132 e 139. Que é quadro de bonecos “Adelson o Advinhão” para essa primeira experiência em Ibotirama, Caetité e Ibiassucê.

SOBRE AS PELEJAS DE ZEZIM SIRIEMA

As “Peripécias de Zezin Siriema” é um conjunto de cordéis de autoria do poeta e educador Cléber Eduão. Tem como protagonista “Zezin Siriema”, personagem inspirado em figuras populares, morador de uma pequena ilha do Rio São Francisco, que, entre versos e estrofes, histórias e estórias, dialoga com outros personagens também inventados.  Os cordéis, através de “embates” que se pretendem pedagógicos, problematizam temas ligados a realidade do ribeirinho. Zezin Siriema é um entre tantos beiradeiros destituídos de condições mínimas de sobrevivência, mas guarda a sabedoria e a astúcia do povo nordestino.


CARRANCA - Da Proa do Barco para o Palco (EM CARTAZ)
Surge nas praças, ruas, feiras das cidades que povoam as margens do Rio São Francisco um vendedor, Zé das Carrancas, figura pitoresca, animado, ser engraçado, cantando e declamando seus versos e rimas. Traz em seu corpo e alma  a magia da escultura da CARRANCA, com todos os seus significados e história. Em homenagem a todos carranqueiros do São Francisco, o ator vem fortalecer este oficio de carranqueiro. Além de defender e lutar pelas culturas populares cultuadas nas margens deste rio o personagem e o ator tem como foco sensibilizar o ribeirinho, e aí? Zé das Carrancas decide se transformar em carranca para defender o Velho Chico.

+ SOBRE O ESPETÁCULO
O Espetáculo CARRANCA fala sobre a história das Carrancas, escultura de madeira que ficavam nas proas dos barcos para espantar os maus espíritos, afugentar mal olhado e proteger os barqueiros, hoje encontra-se poucos barcos com as carrancas nas proas. O texto levanta a importância deste oficio nas margens do Rio São Francisco que com tempo está se perdendo. Por estes motivos junto com espetáculo é realizado uma exposição de esculturas de madeira "carrancas" produzidas pelos artesãos das cidades onde esta prática é mantida por algum artesão carranqueiro.
Quando a trupe chega na cidade, a primeira ação é procurar um Artesão Carranqueiro e fazer-lhe o convite para expor suas carrancas na praça junto com outras que carregamos na bagagem. E no final da apresentação do espetáculo de Teatro de Rua CARRANCA o personagem Chico das Carrancas faz um chamamento para platéia comprar as carrancas.

A CHEGADA DE LAMPIÃO NO CÉU E NO INFERNO (SAIU DE CARTAZ) 
O espetáculo A Chegada de Lampião no Céu e no inferno, coloca o rei do cangaço, cabra macho, o maior do sertão, em situação inusitada mesmo depois da morte. Lampião procura guarida no inferno, local que deveria ser tenebroso, porém o mesmo encontra-se em crise, e ao adentrar o ambiente, percebe que o diabo é diferente, meio delicado, figura pitoresca, ao se esbarra com o tinhoso ou tinhosa, a confusão é certa, aprontou tanto em vida que nem o diabo quer aceita-lo. Depois de ser expulso foi parar no Céu, com anjos loucos, nossa senhora histérica e um Jesus regueiro, que não o julgou nem levou para o purgatório e sim encaminhando lampião ao pior lugar para pagar seus pecados a terra.


Companhia de teatro mistura
Vem das barrancas são franciscana
Impulsionado pela arte, apresenta
Lendas, contas, cordéis e dramas
Agora em sua cidade
Convida a todos, coisa e tal
Somos nos, filhos de Ibotirama!

A peça em cartaz, relata
O famoso mito do sertão
Conta José Pacheco e Rodolfo
A história: a morte de lampião,
A chegada no céu e no inferno
Como a caatinga no inverno
Não percam esta apresentação.
Autor do texto: Joilsom Melo

A Visita de Lampião no Céu e no Inferno, foi o marco divisor de água para a Cia Teatral Mistura, foi um achado que transformou o fazer teatral da trupe e consequentemente da produção teatral de Ibotirama. Fazíamos um teatro clássico, com textos reflexivos, informativos e dramáticos. Internamente o grupo pedia mais, então decidimos irmos em busca de um referencial para o grupo, estudamos vários textos, fizemos várias experiências. A comédia era um viés, mas, sempre foi muito difícil encaixarmos no “time” o que humor sugeria. Um belo dia o texto A Chegada de Lampião no Céu e no Inferno dos poetas cordelistas José Pacheco e Rodolfo Coelho caiu em nossas mãos, imediatamente a literatura de cordel contagiou todo o grupo, desde a leitura do texto  a identificação foi total,  a construção dos personagens, o figurino , as marcações,  tudo foi nos aproximando da cultura popular. A palavra rimada do cordel, a fala ritmada, a dinâmica do verso, a leveza e a música entraram em nossas vidas.  Hoje a identidade do grupo é a literatura de cordel e a cultura popular.

Junto com a literatura de cordel veio a comédia e a busca do aprimoramento, da compreensão estética, da fé cênica, da evolução da interpretação, do crescimento profissional. Tudo isso transformou-nos, conduziu-nos por muitos e variados caminhos. Novos textos, novas plateias, novas experiências e assim a Cia de Teatro Mistura vai se firmando no cenário nordestino, muito mais comprometida com a arte e a Cultura Regional.

AS LENDAS DO VELHO CHICO 
É um espetáculo que retrata os contos, histórias, causos e lendas de Ibotirama e outras cidades ribeirinhas que são banhadas pelo Rio São Francisco. Para fortalecer a cultura popular nas margens do Rio, o texto tem poemas em literatura de Cordel. Negro D’ Água – A Mulher de Sete Metros e o Vapor Encantado.
Essas e muitas outras lendas, causos e histórias que passaram e passam de geração em geração, criadas ou não, são para ilustrar e enriquecer a importância do folclore e do meio ambiente nas regiões do vale do São Francisco, que agora serão contadas e ilustradas com a magia e o encanto que tem o teatro Ibotiramense cheio de músicas popular Brasileira.


Breve histórico
As Lendas do Velho Chico, é um trabalho de pesquisa realizado por Orlamara Andrade em quatro cidades no território velho chico - Ibotirama, Paratinga, Muquem de São Francisco e Morpará. Orlamara Andrade, Gilberto Morais, Joilsom Melo e a Cia. de Teatro Mistura foram convidados entre 2012 a 2013 para participar do Projeto Redemoninho Cultural: Circulando com a Cultura Popular da Associação Mãos dadas do Alto do Fundão que só aconteceu durante três meses.  Depois de um tempo a Cia de Teatro Mistura continuou com o processo de criação do espetáculo e procurou envolver outras linguagens artísticas como músicas, áudio visual, equipamentos de circo, poesias e o teatro, o trabalho é voltado para a valorização da cultura ribeirinha as margens do Rio São Francisco, contando lendas, causos e contos. É um marco divisor de água para a Cia Teatral Mistura, por que todo espetáculo passou por um processo de criação e produção da sua equipe se dedicando a cada detalhe com a pesquisa, poesias de cordel, músicas, vídeos, figurinos um achado que transformou o fazer teatral da trupe e consequentemente da produção teatral de Ibotirama. Fazíamos um teatro clássico, com textos reflexivos, informativos e dramáticos. Internamente o grupo pedia mais, então decidimos irmos em busca de um referencial para o grupo, estudamos vários textos, fizemos várias experiências. Esta ideia caiu em nossas mãos, imediatamente a literatura de cordel e a cotação de nossa própria história contagiou todo o grupo, desde a leitura do texto a identificação foi total, a construção dos personagens, o figurino , as marcações,  tudo foi nos aproximando da cultura popular. A palavra rimada do cordel, a fala ritmada, a dinâmica do verso, a leveza e a música entraram em nossas vidas.  Hoje a identidade do grupo é a literatura de cordel e a cultura popular.
Junto com a literatura de cordel veio a comédia e a busca do aprimoramento, da compreensão estética, da fé cênica, da evolução da interpretação, do crescimento profissional. Tudo isso transformou-nos, conduziu-nos por muitos e variados caminhos. Novos textos, novas plateias, novas experiências e assim a Cia de Teatro Mistura vai se firmando no cenário nordestino, muito mais comprometida com a arte e a Cultura Regional.

Apresentação das Ledas e Mitos
O Mito existe desde que o homem descobriu que ele não sabia tudo, que ele não dominava tudo, que ele não abarcava o todo. Que a vida não lhe pertencia. Ou seja, desde milhões de anos atrás.
Entre nós, habitantes da Terra Brasilis, os índios já cultivavam seus mais incríveis mitos e lendas, claro que não eram esses nomes!
Depois, os invasores europeus trouxeram a mitologia grega e os negros, como escravos, resistiram com suas mitologias africanas.
Mas, como o Brasil é um país-continente, em cada região desta imensa nação existem seus maravilhosos mitos e lendas próprios...
Portanto, tudo que a sabedoria popular coletivamente constrói e acredita, mesmo que não exista concretamente, chamamos de mitos ou lendas.
Da mitologia grega:
Zeus, Afrodite, hercules, prometeu, etc;
Da mitologia africana:
Iansã, Oxosi, Exu, Euá, Omolum, etc;
Da mitologia indígena:
O Boitatá, o Boto, o Curupira, Caipora, etc;
Pois, aqui, nas barrancas do Velho Chico também temos nossos mitos e   lendas.
Porque, humildemente, o homem não sobrevive sem eles: um amigo o culto a lhe ajudar; um protetor infalível para lhe guiar; um deus piedoso para lhe guardar.
Assim como a música, a poesia, o teatro, a pintura... O que seria do mundo se elas não existissem...
Ainda hoje, o homem não conseguiu viver desconsiderando o Sagrado, fazendo vista grosso pro Desconhecido, ocultando o Misterioso, desprezando a “Força Estranha”, o “invisível”, porém sempre muito previsível...
E nas suas mais extensas margens este Ma(r)jestoso espalha seus Encantos, seus Encantamentos, seus Encantados, que alimentam a alma coletivo deste povo crente e cantador, como a água sagrada que mata a sede do seu dia a dia.
Sendo assim, o protetor do rio, é o Cumpadre D água. Dono da pesca e do pescador.  O companheiro inseparável nas noites solitárias dos pescadores humildes desta Beira de Rio Profundo.
Para além da imaginação, temos também o Vapor, que de tanta vida encantou-se, que de tanta sorte, evaporou-se na sua própria chaminé, não ultrapassando a mágica Pedra Preta.
Sem contar as lindas Carrancas Feias das proas dos barcos, guardiã dos pescadores, que além de proteger os barcos dos maus espíritos, ainda afasta as tempestades fatais...
Mas, tudo isso era muito mais forte, tinha muita mais magia e mistério no tempo que a cidade vivia de frente pro “Margestoso” São Francisco.

...E QUEM DUVIDARÁ QUE A VIDA NÃO É A MAIS ENIGMÁTICA DE TODAS LENDAS E A MORTE O MAIOR DE TODOS OS NOSSOS MITOS...

ÓRFÃO CONFESSO - MONÓLOGO DE UM FOLEGO SÓ
Em breve em cartaz o espetáculo do Ator Ananias Serranegra sobre direção de Rafaella Madalena e Crisna Imofh. Atualmente o ator  da Cia de Teatro Mistura se dedica na montagem de um trabalho solo, que é a construção do seu espetáculo solo Órfão Confesso - Monólogo de um folego só”, texto autoral, que tem por base o poema “Confissões de Orfandade”, também de sua autoria, onde retrata a dura realidade vivida por uma  transsexual nas noites, mergulhando no seu interior, muitas vezes melancólico e mórbido, retratando as dificuldades e alegrias enfrentadas por ela, tendo no seu âmago a prosa poética, retirando das tristezas belas poesias. A direção do espetáculo fica por conta de Rafaella Madalena e Crisna Imhof, duas jovens artistas, ansiosas por novas linguagens teatrais e novas possibilidades de artes. O espetáculo está em processo inicial de montagem, tendo como data prevista de estreia em Março de 2016.  

ACESSE O LINK PARA MAIS INFORMAÇÕES http://orfaoconfesso.blogspot.com.br/



Nenhum comentário:

Postar um comentário